Esse ano completarei 10 anos escrevendo na internet. Os benefícios (e as partes não tão boas) ficam para outra oportunidade, mas se volto aqui, tanto tempo depois, é porque existe nesse ato algo de vantajoso.
Eu sempre gostei de escrever, mas o tempo e a profissão me tornaram um escritor prosaico, simplório, dedicado a tutoriais e guias. Nada de errado, tem seu valor e lugar – mas creio que escrever é mais que isso.
Pois bem, quando iniciei essa newsletter meu objetivo era ter um schedule mais fluido, mais liberal. Parar de assumir um tom professoral em troca de uma informalidade mais digna de um diário. Claro, ainda existe um tema. Ainda quero falar de tecnologia, programação, investimentos; são as minhas áreas de interesse (aliás, criei uma outra newsletter, chamada Ensaios, onde exploro temas francamente bem mais interessantes do que esses).
Desse objetivo inicial confesso estar tendo um pouco de dificuldade. Não é fácil parar com hábitos que já duram 10 anos! Mas ainda assim, me forçarei um pouco a fazê-lo.
Hoje quando sentei para escrever, queria falar sobre a nova série que iniciei no YouTube, chamada Quant 101. Enquanto me preparava para escrever, pensei qual ângulo usaria para o texto. A verdade é que qualquer playlist de iniciação vai ser um pouco maçante, se não para você, pelo menos para mim.
Não me leve a mal, a playlist é, modéstia à parte, muito útil. Amiúde pulamos etapas no projeto de aprendizado e voltar à base, aos conceitos iniciais, ajudam a edificar o conhecimento de forma muito mais duradoura. É assim que construímos intuições que nos permitem explorar o limite do conhecimento.
Aliás, o último vídeo que publiquei (em pleno sábado de Carnaval), é um bom exemplo disso. Demonstro como criar um backtest simples utilizando o conceito de Éden dos Traders.
É uma estratégia vencedora? Não sei, depende. Mas o blueprint de como sair da ideia de investimento para uma tese concreta está lá, em poucas linhas de código, e em conceitos constrangedoramente simples de se aprender e ensinar.
Eis então o ângulo do post de hoje. Não é tanto sobre tutoriais e guias, mas muito mais sobre como desenvolver intuição e criatividade. Como se ensina isso? Se você souber, por favor me avise. O que me resta é continuar com um espírito de aprendizado, de interesse genuíno, de curiosidade em se unir diversos elementos com um fim específico.
Quando sento no meu escritório, sinto-me entrando num laboratório. Aqui experimento com diversos elementos, reaproveito ideias de pessoas muito mais inteligentes do que eu, e espero com isso gerar algo que tenha algum valor.
Esse impulso criativo é algo que não pertence a todos, mas espero fazer desse espaço as notas públicas de um laboratório particular. Se daqui você tirar apenas uma ideia que seja digna de nota – bem, então já terá valido a pena.
Um bom feriado! Na minha experiência, esses são os melhores dias para se criar. Com a cabeça fresca e longe do trabalho do dia-a-dia, as ideias vem com muito mais facilidade.
E você? Gosta desse tipo de conteúdo ou prefere os tutoriais e guias? Me conte nos comentários.